Essa semana que passou estive no XXVI Simpósio Nacional de História, que aconteceu na USP em São Paulo.

Participei do mini-curso “Economia, Política e Sociedade no Brasil Império do Segundo Reinado”, ministrado pelo doutorando da USP, Hernán Sáez e pelo doutorando da PUC-SP, Mateus Fernandes. Enquanto o primeiro historiador trabalhou a questão econômica da provincialização da emissão de moedas e a questão política nas discussões no Parlamento brasileiro, o segundo historiador tratou sobre as movimentações em torno das leis abolicionistas no século XIX. Ambos, utilizaram como premissa a quebra dos paradigmas atuais da historiografia brasileira sobre o Império no Brasil.

São estereótipos estabelecidos ao longo de nossa recente história de que no Império havia apenas duas facções políticas: saquaremas (conservadores) ou luzias (liberais); ou que todos os políticos provinham dos bancos universitários e eram proprietários de terra; ou ainda que o Imperador d. Pedro II, com seu poder Moderador, centralizava tudo e não dialogava com os deputados, senadores ou presidentes de Província.

O professor Hernán mostrou com fatos e dados que essas são visões simplistas e generalizantes, não correspondendo ao que os documentos mostram. Mostrou que até historiadores consagrados como José Murillo de Carvalho também utilizam dessa prática de generalizar questões não tão simples sobre a economia, política e sociedade no Império. Nesse sentido, o mini-curso me auxiliou bastante na compreensão da estrutura do Brasil da segunda metade do século XIX, período que minha pesquisa abrange.

Além deste ótimo curso, também aproveitei para assistir a alguns Simpósios sobre os mais diversos temas como, por exemplo, a história dos Quadrinhos no Brasil. Também tive a oportunidade de estar na conferência do professor da Universidade de Calgary (EUA), Hendrix Kraay, sobre as festas cívicas no Brasil Imperial. De lá, tirei referências para meu trabalho.

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Em Tempo: Exposição das fotos da Família Imperial no exílio

Nesse meio tempo, recebi uma dica valiosíssima da minha amiga e colega de sala, Alessandra. No Instituto Moreira Salles (Itaú), estão expostas uma coleção de 170 fotografias da Família Imperial, em especial as que foram produzidas no exílio, após o golpe da República em 1889. Esta coleção pertencia ao príncipe d. João de Orleans e Bragança e mostra retratos oficiais e particulares de d. Pedro II, Princesa Isabel, Conde D’Eu e família. Vale muito à pena conhecer esse lado particular da Família Imperial brasileira. Abaixo, algumas fotos.