Última estação: Arquivo do Estado de São Paulo

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Bem amigos, finalmente estamos nos finalmentes. Amanhã entrego minha monografia e começo a me preparar para minha defesa na banca. Além da minha orientadora, a prof. Drª. Maria Fátima de Melo Toledo, estarão lá os dois professores que convidei para serem avaliadores do meu trabalho: prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto e a prof. Drª. Maria Januária Vilela Santos.

Nos próximos posts, vou colocar trechos das histórias das viagens de d. Pedro II e da Princesa Isabel pelo Vale do Paraíba. Histórias que coletei ao longo das minhas pesquisas nos empoeirados arquivos da região.

Bom, hoje gostaria de contar o último arquivo que passei: o Arquivo do Estado de São Paulo. Nos meus planos iniciais, eu não iria ao Arquivo do Estado, mas quando acabei de visitar os arquivos aqui da região, analisei as tantas peças do quebra-cabeça que tinha pesquisado ao longo dos meses e vi que ainda faltavam algumas peças. Primeiramente, pensei em ir ao Rio de Janeiro novamente para pesquisar nas edições do Jornal do Commercio,  na época o melhor e mais abrangente jornal da Corte. Mas, devido ao tempo curto que teria e também à escassez de dinheiro em que eu me encontro, optei por uma alternativa mais barata. Aliás, fazer pesquisa sem o auxílio de bolsa e sendo estagiário é algo desafiador.

O acervo de jornais do Arquivo do Estado é fenomenal! Possui jornais desde os primórdios da imprensa no Brasil, com edições próximas aos primeiros anos do Brasil independente. Minha pesquisa se baseou nos jornais do período entre 1846 a 1889. Obviamente que comecei pelos jornais dos anos de 1868, 1878, 1884 e 1886, quando d. Pedro II e a Princesa Isabel viajaram pelo Vale. Infelizmente não deu tempo de pesquisar nos demais jornais de outras datas.

Em todas as datas encontrei vastas informações. Em 1868 e, principalmente em 1886 haviam belíssimas descrições detalhadas das viagens dos Imperantes pela região. Com o avanço da tecnologia, proporcionada pela 2ª Revolução Industrial, os jornalistas se comunicavam com as sedes dos jornais ou por telégrafo, ou pelo telegrama que viajava todos os dias pelos trens. Desta forma, com a diferença de apenas um dia, o jornal Correio Paulistano publicava o que havia acontecido nas visitas do Imperador. O Correio Paulistano está para São Paulo do século XIX, assim como o Jornal do Commercio está para o Rio de Janeiro do mesmo período.

Deixarei para os próximos posts o destaque de alguns acontecimentos pitorescos dessas viagens, mas trago aqui em primeira mão o menu do jantar servido em Lorena pelo então Visconde de Moreira Lima para recepcionar d. Pedro II e a Imperatriz Thereza Cristina em 1886. A tradução do francês para o português é da minha irmã, Naiara Santos. Deliciem-se!

ORIGINAL

TRADUÇÃO

Potages

Creme de volaille aux pointes d’Asparge

Consomné printaimier

 

Hors-d’oeuvre

Rissoles a la Perigord

Croustades a la Montglas

 

Relevés

 

Garoupa sauce écrevisses

Filet aux pommes de terre

 

Entrées

 

Gatueax à la Napolitaine

Còtelettes d’agneau aux petits poix

 

Piéces froides

Mayonnaise de hommard à la gelèe

 

Aspic1 de fois gras

Funch a la Imperiale

 

Dinde à la Brésilliene

Jambon d’York et historié

 

Entremets

Asperges sauce Hollaise

Pudding a la Diplomate

Gelée fouettée

Bavaroise a la Vanille

Fromage glacé

 

Fruits de la saison

 

Dessert Assorti

 

Cafée cognac et liqueurs

Sopas

Creme de frango com aspargos

Consumir primeiramente

 

Aperitivo

Rissoles à moda Perigord

Crisps à Montglas

 

Discursos (ou brindes)

 

Garoupa com molho de lagosta

Filé com maçãs da terra

 

Entradas

 

Bolos napolitanos

Costelas de cordeiro com ervilhas

 

Saladas

Maionese com pinças de crustáceo gelada

 

“Foie gras” significa “fígado gordo”2

Erva-doce à moda Imperial

 

Perú à moda brasileira

Presunto de York e “conversas”

 

Sobremesas

Aspargos ao molho apimentado

Pudim à Diplomata (pudim de pão)

Chantily gelado

“Creme” de baunilha

Pudim de queijo gelado

 

Frutas da estação

 

“Docinho de saída”

 

Café, conhaque e licor

 

1 O Aspic liquido, é usado em geral na culinária, na preparação de musses e terrines, e também para dar brilho às carnes e aves. Faz-se adicionando gelatina ao consomê, que pode ser cortado em formas decorativas para guarnição.

2 É o fígado de um pato ou ganso super-alimentado. Junto com as trufas, o foie gras é considerado uma das maiores iguarias da culinária francesa.

Museu Major Novais: decadência e descaso

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Olá amigos,

Ultimamente anda bem difícil escrever aqui no blog por conta do meu tempo estar cada vez mais escasso. Final de ano todos sabem como é corrido, ainda mais quando se está no final do curso, com inúmeras preocupações dentro e fora da faculdade. Tenho dedicado meu tempo para escrever minha monografia. Trago a boa notícia de que já estão escritos 2 capítulos. O primeiro dedica-se basicamente à explicação das origens sagradas da realeza, buscando identificar como e quando surgiu esse caráter místico que envolve o poder monárquico. O segundo capítulo trato do caso brasileiro, explicando suas origens portuguesas e francesas e as formas que a monarquia brasileira encontrou para legitimar seu poder.

Bom, o terceiro capítulo será a grande descrição das tantas viagens desse nosso “monarca itinerante”. E para isso, visitei o Rio de Janeiro como já relatei aqui e rodei todo o Vale do Paraíba. Hoje mesmo estive no Arquivo do Estado de SP, onde acredito ser minha última etapa de pesquisa.

Voltando aos casos dessas minha pitorescas viagens pelos Arquivos, Museus e Bibliotecas, quero relatar o ponto mais baixo de toda minha pesquisa.

Na busca pelos documentos e jornais que relatassem as visitas do Imperador e de sua filha pelo Vale Histórico fui até Cruzeiro, no Museu Major Novais. Já havia lido pela Internet que o Museu está em estado deplorável de conservação, mas não imaginava tanto. Ao chegar lá, pude ver o que Monteiro Lobato relatou em seu livro “Cidades Mortas”: a decadência do período áureo das cidades do Vale. Pensar que o casarão imponente do poderoso Major Novais, dono de grande parte das terras de Cruzeiro e que, graças a sua proximidade com d. Pedro II, conseguiu trazer para suas terras o entroncamento da ferrovia “Minas and Rio” com a “Pedro II”, dando origem ao povoado, depois vila e hoje cidade de Cruzeiro, estaria nesta situação. Tudo está por cair, madeiramento podre, portas tortas, assoalho carcomido, cômodos sem luz e ventilação. E dentro de tudo isso está o maior conjunto documental do Vale do Paraíba.

Lá dentro, em um cômodo escuro, úmido e sujo estão estantes e mais estantes de documentos cartorários e judiciais das cidades de Cruzeiro, Bananal, São José do Barreiro, Silveiras e Queluz. Tudo pôsto em pastas, obedecendo ao mínimo de organização que exige-se a um arquivo. Em outro cômodo, sem luz, encontra-se muitas caixas de papelão com diversos documentos, entre inventários, escrituras e jornais. Nessas caixas, escondidas num canto, Heloisa e eu achamos os jornais das cidades que pesquiso. Grande parte eram jornais de Bananal, mas todos do período republicano. Os jornais do período do Império do Brasil se perderam com o tempo.

Museu Major Novais

Outro ponto que me incomodou muito no Museu Major Novais foi o atendimento. De manhã fica uma senhora com boa vontade, mas sem conhecimento algum sobre o arquivo e seus documentos. O lado bom foi que ela liberou o arquivo para pudéssemos “fuçar” à vontade em todas as caixas. Agora à tarde, estava presente o responsável pelo Museu, professor Carlos Felipe. Ao contrário da senhora, ele conhece bastante o arquivo, mas não tem disposição alguma de ajudar. Aliás, no alto de seu ego, mais atrapalha do que ajuda, criticando a tudo e a todos, menosprezando o trabalho dos outros e indicando caminhos perigosos para um pesquisador leigo. Enfim, o atendimento do Museu Major Novais é tão precário quanto à estrutura de seu prédio.

Não encontrei muita informação que me ajudasse a desvendar onde d. Pedro II e sua filha teriam se hospedado, quando e o que fizeram em suas passagens pelo Vale  Histórico. Alguns textos informam que foram várias as passagens dos monarcas por Areias e Bananal. Mas, “várias” é muito relativo. Tenho as seguintes informações fragmentadas abaixo:

– Bananal: d. Pedro II hospedou-se por 2 vezes na Fazenda Resgate.

– Areias: d. Pedro II e a Princesa Isabel participaram várias vezes de saraus e bailes com os nobres do café, hospedando-se no Hotel Sant’anna. Em 1888, a Princesa Isabel teria dado uma festa em comemoração à abolição da escravidão.

– São José do Barreiro: em 1874, o Conde D’Eu hospedou-se na Fazenda São Miguel, do comendador Luis Ferreira de Souza Leal, para caçadas com nobres da corte.

Fazenda Resgate - Bananal

Em Cruzeiro, as informações parecem mais claras, mesmo assim ainda não possuo confirmações mais fidedignas do que relatos pessoais e “causos” contados pela população e escritos em um dos livros da “Coleção Cadernos Culturais do Vale do Paraíba”. Lá consta que o Imperador teria passado 3 vezes por Cruzeiro.

– 1882: em visita às obras do Túnel Grande da Serra da Mantiqueira, na estrada de ferro que ligaria Três Corações (MG) a Cruzeiro (SP). Nesta visita ficou hospedado na residência dos engenheiros no Morro dos Ingleses, em Cruzeiro.

– 1883: uma possível visita para inspeção final na estrada de ferro

– 1884: a 14 ou 22 de junho, o Imperador veio com comitiva e família para inaugurar a estrada de ferro “Minas and Rio”. Nesta ocasião, a princesa Isabel chegou a relatar que gostaria de chupar jabuticabas do pé, pois eram mais saborosas. O incansável Major Novais não pensou duas vezes. Mandou seus escravos arrancarem uma jabuticabeira e trazê-la até à beira da estação, para que assim Vossa Alteza Imperial pudesse satisfazer seus desejos.

O próprio Major Novais parecia ter uma admiração venerável pela família Imperial. Quando a Monarquia caiu e foi dado o golpe da República, o major ficou inconformado. Saiu da vida política e dedicou-se apenas à sua propriedade. Em sinal de protesto, resolveu fazer uma homenagem ao seu eterno Imperador. Deixou a barba crescer para parecer com o Imperador e foi visitá-lo na França, onde d. Pedro II estava exilado.

Enfim, Cruzeiro me forneceu várias histórias e causos, mas nenhuma certeza. Se alguém tiver uma luz para mim, por favor, entre em contato.

Estação Guaratinguetá

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Da terra de Monteiro Lobato fui visitar a terra de Frei Galvão. Guaratinguetá, a 4ª maior cidade do Vale do Paraíba, também teve a honra de receber a visita de d. Pedro II e da Princesa Isabel no século XIX. Naquela época, Guará era uma das mais importantes economias cafeeiras da região e da província de São Paulo, concorrendo diretamente com Taubaté, Pindamonhangaba e Bananal.

Anteriormente consultei basicamente dois trabalhos sobre a histórica da cidade:

  1. MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de. O Visconde de Guaratinguetá: Um Titular do Café no Vale do Paraíba. São Paulo, Studio Nobel, 2002.
  2. CAMARGO, Conceição Borges Ribeiro. Passagem da Princesa Isabel em Guaratinguetá e Aparecida. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paulista, São Paulo, 67:291-95, 1970.

O livros sobre o Visconde de Guaratinguetá me ajudou imensamente. Há um capítulo dedicado às visitas de d. Pedro II e da Princesa Isabel em Guará. A pesquisa realizada pelo Carlos Eugênio é extensa e muito bem fundamentada. Ele cita todas as fontes, arquivos, conjuntos documentais e acrescenta comentários de outros autores e documentos sobre determinado assunto. Um trabalho profissional. Esse livro pode ser comprado em qualquer loja online ou livraria. Recomendo!

Com base nas informações obtidas, fui à campo. Visitei o Museu Frei Galvão, onde localiza-se o Arquivo Memória de Guaratinguetá. Muita gente se engana, achando que ali estão as relíquias do primeiro santo brasileiro. O museu só leva o nome do filho mais famoso da cidade, mas não expõe seus pertences. Ali funciona um museu dedicado à história da cidade de Guaratinguetá.

Fui muito bem recebido pela Ana e pela Alice, bibliotecária responsável pelo Arquivo. Thereza Maia, maior especialista sobre a história do Vale do Paraíba é quem coordena as atividades do Arquivo, mas infelizmente ela estava na FLIP, em Paraty, quando fui lá. Não tive a honra de conhecê-la pessoalmente desta vez.

Passei dois dias no Arquivo. pesquisei nos raros jornais que ainda sobrevivem. Há algumas edições, de alguns poucos anos relativos ao período que estou estudando. Mesmo assim, encontrei bastante informação sobre a primeira visita de um membro da família Imperial brasileira ao Vale do Paraíba. Em 1868, a Princesa Isabel foi à Minas Gerais banhar-se nas águas termais de Caxambú e Lambari. Aliás, conheci no Simpósio Nacional de História uma colega historiadora que está estudando essa viagem da Princesa por Minas Gerais. Bom, quando ela e o Conde D’Eu saíram de Minas, se dirigiram á São Paulo. O objetivo era visitar a capital da província e as cidades da região de Campinas, porém um chamado da Corte interrompeu a visita da Princesa. Era a Guerra do Paraguai que chamava pelo Conde D’Eu. Os dois foram apenas até Taubaté, interromperam a viagem e regressaram à Corte. Sorte para minha pesquisa.

Pude perceber na documentação, principalmente nos jornais, que essa visita da Princesa Isabel foi marcada por misticismo e lendas. A Princesa era muito devota de Nossa Senhora Aparecida e aproveitou sua viagem para visitar a capela da santa. Aparecida na época era pertencente à Guará. Em sua estada na cidade, visitou por duas vezes a capela. Foi o bastante para surgirem as mais mirabolantes histórias que iam desde libertação de escravos até eventos sobrenaturais. Há dois fatos envolvendo a Princesa Isabel que vale à pena mencionar.

O primeiro realmente aconteceu e foi relatado pelo jornal “O Parahyba”. Um guarda nacional foi preso na cidade de Lorena pelo autoritário delegado daquela cidade. Ao invés de enviá-lo em liberdade para São Paulo, como deveria fazer, mandou acorrentá-lo e ir debaixo de forte temporal. Quando o guarda nacional passou pela capela de Nsa. Sra. Aparecida, pediu para parar e rezar para a santa. Neste exato momento, a comitiva da Princesa Isabel e do Conde D’Eu chegaram à capela. O pobre do guarda se jogou aos pés da Princesa e rogou-lhe clemência. No mesmo momento, a Princesa solicitou ao Conde D’Eu que ordenasse a libertação do presidiário. Daí para o acontecimento virar milagre foi um pulo.

O segundo relato que trago para vocês trata-se de uma especulação que nunca foi comprovada. Nessa primeira visita da Princesa, corre a história de que ela pediu intercessão da santa para que ela engravidasse de um varão, herdeiro do Império. Ao que parece, ela vinha tendo dificuldades em engravidar, o que justificava sua viagem para se tratar nas águas termais de Minas Gerais. Junto à solicitação da graça, a Princesa Isabel doou um manto azul real com 21 pedras preciosas: mesmo manto que veste a imagem da padroeira do Brasil. 16 anos depois, em 1884, a Princesa voltou à capela de Nossa Senhora Aparecida, com seu marido e seus 3 filhos, para agradecer a graça alcançada. Deixou de presente uma coroa de ouro para ser colocada na imagem da santa. Dizem que, como o costume manda, a Princesa varreu toda a capela e colocou um pouco da poeira dentro de seu corpete.

Difícil saber o que é verdade e o que é criação do imaginário popular. Mas, o que mais importa para o meu trabalho é justamente analisar o motivo que levou essas pessoas a criar uma imagem de quase santa para a Princesa Imperial. Que fascínio a imagem da “Redentora” causava naquelas pessoas para acreditarem que ela simbolizava um elo entre Nossa Senhora Aparecida e o povo brasileiro comum? Perguntas que aos poucos vou encontrando respostas.

Quando a pesquisa te persegue

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Uma história interessante acaba de acontecer comigo. Vou contar-lhes nos mínimos detalhes.

Em 2009, antes de começar o curso de História na Universidade de Taubaté, fui a São José do Barreiro. Queria apenas passar um final de semana agradável, visitar alguns prédios históricos e me aventurar na Serra da Bocaina. Lá, tinha visitado o centro da cidade, tirado fotos de alguns casarões, conhecido a Igreja Matriz e feito um tour pela famosa Fazenda Pau D’Alho, que hospedou d. Pedro I, quando ia ao Ipiranga proclamar a Independência.
Conversando com a Marta, proprietária da pousada que fiquei hospedado, ela me indicou uma outra fazenda que ficava a 40 min. à pé, numa estrada de terra. Não sei daonde tirei coragem e fui, caminhando sozinho, debaixo de sol, pela estrada de terra. Cheguei à Fazenda São Francisco e logo fiquei encantado com tudo o que vi. Um casarão de 1813, restaurado e preservado plenamente. Os proprietários, seu Walton e dona Eliana, apaixonados por aquela fazenda, dedicaram largos anos na restauração da casa e na recuperação da história daquela local. Mobílias impecáveis, belíssimos quadros, pratarias, lustres e, principalmente, a estrutura da casa conservada como era no século XIX, sem modificações. Na parte debaixo da casa tinha um pequeno museu organizado com peças resgatadas ao longo do tempo pelo seu Walton e por dona Eliana. Lembro que na época me chamou a atenção o oratório que possuía o símbolo da Maçonaria escondido em seu interior.
Bom, eis que estou pesquisando para essa pesquisa que descrevo e vejo um vídeo do programa “Grandes Fazendas” do Canal Rural falando sobre esta fazenda. Comecei a assistir para matar a saudade. E aos 18 min e 45 seg do vídeo, olha o que é encontrei:
Ou será que essa peça do quebra-cabeça que estou montando é que me encontrou?